Haverá um tempo Haverá o tempo em que as mãos se procurarão naturalmente e não por medo, e serão menos duras e mais verdadeiras. Mais suaves serão os contornos dos silêncios e por dentro, mais amenos. Haverá o tempo em que os olhos conterão cores ainda não imaginadas pelas pessoas, mas inteiramente possíveis e plenas. Tempo em que as sementes falarão através do silencio das árvores e poetas serão os que souberem semear as esperas recolhidas em pele, voz e tempo. Transformar em gestos duradouros e serenos o que for ofensa, o que for pequeno. Haverá o tempo das palavras acontecerem pela força própria dos momentos com a naturalidade com que chegam os ventos mansos ou arrebatadores, porém, inteiros. Tempo de replantar os pensamentos, fazê-los isentos de amargor e ser ao mesmo tempo a chuva e o solo do refazimento. Renascer das solidões mais longas, não temê-las, purificar as dúvidas com a coragem de confrontá-las a qualquer momento e esquecê-las. Haverá esse tempo e será agora e será sempr
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