Pescaria _ Que peixe é esse, pai?! _ O homem sabia o nome do peixe, mas disse que aquele era o peixe da sorte de quem naquele instante nascia. O menino gostou da resposta, o pai era cheio de mistério, ele ria, achava engraçada as coisas que o pai dizia ou, intrigantes, e as duas coisas juntas, às vezes. __ E este, que peixe é?! __ Este peixe chama tempo. __ Pai... __ Sim. __ Quem batizou as estrelas?! __ Quem batizou as estrelas é quem batizou os rios. O menino ficou olhando longamente um rio de estrelas na noite comprida, uma ilha redonda bem no meio, lua. Ficaram em silêncio, ruído de remos... O menino, na parte de trás da canoa, com um canivete que ganhara do avô, descascava uma laranja, o homem remava. __ Pai... __ Sim. __ Peixe tem casa?! __ A casa do peixe é o mar... e a sorte. __ E a nossa casa, também é a sorte?! __ A casa da gente é onde a gente está... sempre. Chegaram à praia, noturnamente vazia, o homem acendeu o lampião, depois apagou, a luz da lua dava. Puxaram a
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